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Pesquisadores desenvolvem ferramenta para avaliar impacto da perda de olfato após Covid

Uma pesquisa desenvolveu e validou uma versão em português brasileiro do Questionário de Distúrbios Olfativos (QOD), importante instrumento para avaliação da qualidade de vida de indivíduos com distúrbios olfativos. A perda do olfato pode ser causada pela Covid-19, por outros vírus respiratórios e por doenças neurológicas, como o Parkinson, podendo impactar significativamente no bem-estar dos indivíduos. No Brasil, cerca de 10% das pessoas que têm Covid-19 têm problemas com o olfato por mais de um mês.

A perda de olfato pode causar impactos na saúde mental como ansiedade, depressão, isolamento social, alterações no apetite e no peso, riscos à segurança, impacto na vida profissional e redução da produtividade. Por isso, ter uma ferramenta validada como o QOD ajuda a entender melhor o impacto da perda de olfato e a desenvolver estratégias para melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas.

O QOD foi desenvolvido para avaliar qualitativamente o grau de disfunção olfativa durante as atividades diárias. No estudo, também foi aplicado o questionário de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-bref) e o Teste de Identificação de Olfato, da Universidade da Pensilvânia (UPSIT®), utilizado para quantificar a perda olfativa.

Publicado no periódico Clinics, o trabalho foi coordenado pela pesquisadora Viviane Sampaio Boaventura, da Fiocruz Bahia, e Marco Aurélio Fornazieri, pesquisador da Universidade de Londrina (PR). Foram recrutados para participar da investigação 126 adultos, entre maio de 2018 e agosto de 2022, em Salvador e Londrina. Os dados sociodemográficos e clínicos foram obtidos por meio de questionários aplicados por entrevistadores treinados.

Os pacientes tinham entre 18 e 65 anos com queixa de disfunção olfatória pós-infecciosa por rinite alérgica, sinusite crônica, por causas pós-traumática ou desconhecidas. Os pacientes de Salvador eram mais velhos, menos escolarizados, apresentavam disfunção olfatória grave, tinham pior qualidade de vida em geral e escores mais baixos de qualidade de vida associados ao olfato (QOD), quando comparados aos pacientes de Londrina.

Os pesquisadores concluíram que o questionário desenvolvido para falantes do português brasileiro mostrou-se consistente e confiável, representando um avanço importante, pois estabelece o QOD como um instrumento clínico e científico confiável. O questionário pode ser empregado na população brasileira como um instrumento útil para pesquisa, avaliação médica do paciente e tratamento da perda de olfato.

Em relação a óbitos por queimaduras, o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde aponta que no período mais recente disponível, correspondente aos anos de 2022 e 2021, cerca de 700 crianças e adolescentes foram vítimas desse tipo de acidente.

Descuido

As queimaduras costumam acontecer em crianças pequenas, na maioria dos casos, como consequência do descuido dos adultos, destacou o presidente da SBP, Clóvis Francisco Constantino. Segundo ele, a vigilância constante dos pais e responsáveis é indispensável diante de várias situações no dia a dia que podem representar risco. Mas, “se houver prevenção, é completamente possível evitar esses acidentes”, manifestou.

Embora o perigo das queimaduras em crianças e adolescentes ocorra durante todo o ano, a presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento às Causas Externas na Infância e Adolescência da SBP, Luci Pfeiffer, destacou que a atenção deve ser redobrada durante os festejos juninos que se estendem de junho até agosto, em muitos municípios.

Ela ressaltou, entretanto, em entrevista à Agência Brasil, que “o cuidado com a criança deve ser sempre. A gente fala que até o quarto ano de vida, 80% das queimaduras acontecem dentro da cozinha. Por isso, os cuidados da criança pequena são passivos, ou seja, mesmo que eu não esteja cuidando, a criança não vai chegar ao risco”.

Segundo a médica, uma precaução é colocar um portão na cozinha. Crianças não podem entrar na cozinha quando estão sendo preparadas comidas no fogão ou no forno. “A queimadura no forno de palma de mão é horrorosa, porque dá sequelas para toda a vida, porque a criança não tem desenvolvimento motor para tirar a mão, primeiro porque ela gruda e, depois, ainda não tem atividade motora para ficar de pé e sair correndo. Ela fica ali, queimando a mão”, destacou.

Fogos e fogueiras

Luci Pfeiffer alertou que durante os festejos juninos, sob a desculpa das comemorações, ocorre uma desproteção ainda maior com crianças e adolescentes. Lembrou que em várias cidades ainda são vendidos fogos de artifício em ruas e estradas para pessoas de qualquer idade. “O dano do fogo de artifício não é só a queimadura que pode acontecer, mas é algo terrível quando foguetes, também chamados rojões em algumas localidades, são acesos e podem estourar para trás, provocando a perda da mão. Não é só a queimadura. A explosão leva à perda da mão da criança e de adultos também. Isso acontece muito nessa época do ano”.

A pediatra deixou claro que fogos de artifício não são brinquedos e não devem ser manuseados por crianças e adolescentes. E quem for manusear deve acender os fogos à distância e com todas as medidas de proteção. “Por isso, o nosso alerta: uma queimadura é uma dor para a vida inteira, porque é a dor do momento, depois a dor da cicatriz e, muitas vezes, a incapacidade que ela provoca”.

Outra coisa é a fogueira. As músicas falam em pular a fogueira. Luci advertiu, porém, que fogo queima a roupa, queima a pele, deixa cicatrizes. Fogueiras têm de ser cercadas, para que nenhuma criatura chegue perto. Destacou que na atualidade, com o uso de celulares, pode ocorrer que alguém venha correndo, tropece e caia na fogueira. “São danos irreparáveis”. Sublinhou também que nessa época festiva de São João, soltar balões é uma atividade proibida no Brasil, pelos incêndios que pode provocar e pelas queimaduras que podem causar em quem manuseia esses artefatos.

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