Com 93 votos a favor, oito votos contrários e sete abstenções, o Conselho Universitário aprovou na última terça, 19 de março, a criação da Faculdade de Medicina de Bauru (FMBRU).
“Essa era uma solicitação muito grande de nossos alunos de Medicina de Bauru. Tenho certeza que essa nova faculdade terá a mesma representatividade das outras unidades da USP, um papel de liderança na formação de recursos humanos de qualidade”, afirmou o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior na reunião do Conselho Universitário.
A proposta para a criação da FMBRU foi elaborada por um Grupo de Trabalho, formado em abril de 2023, e analisada pelas instâncias decisórias da Universidade – Comissão de Atividades Acadêmicas (CAA), Comissão de Orçamento e Patrimônio (COP) e Comissão de Legislação e Recursos (CLR) – antes de ser submetida para aprovação final do Conselho.
Quando estiver completamente implantada, a FMBRU terá uma estrutura com dois departamentos, abrangendo quatro grandes áreas: Saúde Coletiva, Atenção à Saúde e Saúde Mental; Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente; Clínicas Cirúrgicas; e Clínica Médica, Urgências, Medicina Diagnóstica e Terapêutica.
A última unidade criada pela USP antes da FMBRU foi o Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU), no campus de São Carlos, em 2010.
Missão cumprida
“Com muito orgulho graduamos a primeira turma de médicos de Bauru no ano passado, após o curso ser considerado excelente pelo Conselho Estadual de Educação. A FOB se compromete a dar suporte à FMBRU em tudo o que for necessário, no entanto, neste momento, sentimos que nossa missão está cumprida e agora, para seu pleno desenvolvimento, o curso de Medicina necessita da criação da Faculdade de Medicina de Bauru”, afirmou Marília Afonso Rabelo Buzalaf, diretora da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), que abrigou o curso de Medicina de Bauru desde 2018.
Marília também ressaltou que a criação do curso de Medicina trouxe vantagens não só para a USP, mas para toda a região do Centro-Oeste paulista, aumentando o número de estudantes de graduação no campus local e ocupando o prédio, que estava ocioso, com o novo Hospital das Clínicas de Bauru, uma demanda antiga da cidade.
“A criação de uma nova unidade acadêmica possibilita maior autonomia, gestão estruturada, voltada para as necessidades do curso, e maior facilidade do ponto de vista de priorização de investimentos. Para que o curso de Medicina de Bauru atinja o nível de excelência das coirmãs de Ribeirão Preto e de São Paulo, e que é esperado de um curso da USP, é fundamental ampliar a atuação e os limites do curso, buscando atender e desenvolver de forma completa as atividades de ensino, pesquisa e extensão, o que só poderá ser atingido com a autonomia acadêmica, financeira e administrativa”, explicou a diretora.
Curso de Medicina em Bauru
O curso de Medicina da USP no campus de Bauru teve sua criação aprovada pelo Conselho Universitário no dia 4 de julho de 2017, para ser oferecido já no vestibular de 2018.
A aula magna que marcou a inauguração oficial do curso foi ministrada no dia 26 de fevereiro de 2018, pelo médico e ex-reitor da USP Marco Antonio Zago, sobre o tema Câncer: uma doença mortal, tratável e curável. O então governador Geraldo Alckmin, que também é médico, apresentou uma palestra sobre o papel do Estado na saúde pública.
Com duração de 12 semestres, o curso de Medicina de Bauru oferece 60 vagas em período integral e, logo nos primeiros anos, tornou-se um dos mais concorridos da USP. Em novembro do ano passado, foi realizada a colação de grau dos 52 alunos da primeira turma do curso.
USP Pensa Brasil
A reunião do Conselho Universitário também foi marcada pelo lançamento do livro Dilemas do Brasil, resultado das discussões do seminário USP Pensa Brasil. Iniciativa da Vice-Reitoria, o USP Pensa Brasil reúne professores e pesquisadores da Universidade e de outras instituições para debater questões emergentes do País.
A terceira edição do evento será realizada em agosto e terá como temas principais a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), inclusão social, sustentabilidade e desenvolvimento verde. “O USP Pensa Brasil deste ano apontará as contribuições que a Universidade pode fazer para esse importante debate que envolve todo o planeta. Também pretendemos realizar um censo sobre os projetos da USP voltados ao meio ambiente e à sustentabilidade”, explicou a vice-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda.