A Ciência Pioneira (CP), iniciativa do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), lançou sua primeira chamada pública nacional para pesquisadores brasileiros. Ao todo, o investimento é de até R$ 7,2 milhões. O edital irá contemplar até 15 jovens cientistas que tenham projetos inovadores. Os selecionados vão receber individualmente R$ 160 mil anuais ao longo de três anos, além de poderem ter acesso à infraestrutura do IDOR, a depender de cada caso. O edital completo pode ser consultado aqui.
Esta é a primeira grande chamada pública da Ciência Pioneira, que vai investir R$ 500 milhões em pesquisas de fronteira em dez anos. Desde 2022, a iniciativa deu apoio a pesquisadores por meio de parcerias com universidades e centros de pesquisas de diferentes partes do Brasil e do mundo. Entre elas, estão o Innovative Genomics Institute (EUA), Weizmann Institute of Science (Israel), Quantum Biology Tech Lab-UCLA (EUA), Usona Institute (EUA), Stanford University (EUA), King’s College London (Inglaterra), Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil).
O médico e neurocientista Jorge Moll Neto, idealizador da Ciência Pioneira, explica que a ideia do edital é dar apoio a cientistas independentes, em início de carreira, que tenham projetos com grande potencial disruptivo.
“A ciência de fronteira é essencial para a inovação no país, com reflexos em áreas importantes como saúde, educação e até economia. Por terem um caráter ousado e de risco, é comum que projetos disruptivos tenham dificuldade de obter financiamento. É justamente neste ponto que a Ciência Pioneira atua, com diversas ações, sendo este edital uma delas”, diz.
Podem participar pesquisadores com até dez anos da obtenção do título de doutor (ou 12, no caso de mulheres com filhos) e que tenham linhas de pesquisas próprias – ou seja, que estejam em fase de implementação ou consolidação de seus grupos de pesquisa.
Os projetos devem estar relacionados às ciências da saúde, biomédicas e exatas, estimulando as interfaces entre elas. O edital contempla três grandes áreas temáticas: biologia molecular e celular, física e matemática da biologia e neurociência e cognição.
Cientistas com atuação no estado do Rio de Janeiro terão apoio financeiro extra, fruto de uma parceria entre a Ciência Pioneira e a FAPERJ (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro).
“As áreas cobertas pela Ciência Pioneira são de grande relevância, com temas conectados à ciência que temos produzido no estado do Rio de Janeiro. A parceria amplia ainda mais o impulsionamento da pesquisa fluminense”, diz Jerson Lima, presidente da FAPERJ.
Como será a seleção
O processo seletivo do edital é dividido em duas fases. Na primeira, haverá um primeiro filtro dos candidatos, com recebimento de propostas preliminares. Os aprovados nesta etapa seguem para uma seleção mais detalhada, quando vão submeter as propostas definitivas para a análise dos revisores da Ciência Pioneira.
