Segundo investigação, Alicia Muller tentou fazer R$ 891 mil em apostas e pagar com Pix mil vezes menor
A estudante Alicia Dudy Muller Veiga, de 25 anos, que já responde pelo desvio de quase R$ 1 milhão dos fundos da comissão de formatura de uma turma de medicina da Universidade de São Paulo (USP), foi denunciada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) pelo crime de estelionato.
Segundo uma investigação da polícia civil, Alicia fez uma aposta de R$ 891 mil em uma lotérica, mas pagou apenas R$ 891,53 no Pix, valor mil vezes menor que o devido de fato.
Em julho de 2022, Alicia tentou fazer um conjunto de jogos na Lotofácil em uma lotérica na zona sul de São Paulo, no valor total de R$ 891,53.
Para isso, apresentou como prova do pagamento um agendamento de transferência via Pix. As funcionárias do estabelecimento, então, começaram a registrar os jogos e a entregar os comprovantes para a apostadora, mas a gerente desconfiou da situação e questionou a estudante sobre quando o dinheiro cairia.
Ainda de acordo com a polícia, a aluna de medicina tentou “ludibriar” os funcionários da lotérica ao mostrar um comprovante de transferência no valor de R$ 891,53, mas a gerente pediu que as apostas fossem interrompidas.
Segundo a polícia civil, Alicia faturou, no total, R$ 326 mil em premiações da Lotofácil depois de realizar dezenas de jogos de alto valor.
A denúncia apresentada pelo Ministério Público foi encaminhada para a 32ª Vara Criminal, no Foro Central Criminal da Barra Funda.
À CNN, a defesa da estudante disse estar aguardando a oportunidade para dar a versão dela e esclarecer tudo.
“A acusada se colocou imediatamente à disposição das autoridades policiais, e tem colaborado com a apuração da verdade, a elucidação dos fatos, e pela consequente busca da Justiça”, diz a nota.
Relembre o caso
Alicia é acusada de desviar quase R$ 1 milhão do fundo de formatura de sua turma no curso de Medicina da USP. De acordo com membros da comissão de formatura, o dinheiro para a formatura foi arrecadado por quatro anos.
No fim de 2021, Alicia, que era presidente da comissão, solicitou a transferência dos valores para uma conta pessoal dela sem o aval de outros estudantes integrantes do grupo.
Aos colegas, Alicia declarou que sacou o dinheiro da conta porque a empresa contratada não estava prestando um bom serviço, e decidiu investir o recurso junto à uma corretora, de quem teria, posteriormente, sofrido um golpe.
A Polícia e o MPSP não acreditaram na versão dela. A jovem foi denunciada pela prática de estelionato por oito vezes.
A Justiça de São Paulo aceitou e a estudante se tornou ré em março deste ano no caso do desvio da comissão de formatura.